Cotidiano - Música no ônibus
Muitas pessoas pedem dinheiro nas ruas. Todas realmente precisam do dinheiro, umas para o bem de si e de seus próximos e outras para o próximo mal e o dos próximos.
Então como saber se estamos ajudando ou prejudicando essas pessoas ao darmos nosso dinheiro a elas? Olhando para elas é claro! Julgando pela aparência e pelo comportamento, e isso não é errado. Não temos como ler mentes para descobrir, portanto precisamos olhar, analisar, julgar e então tomar uma atitude de acordo com a própria moral.
Olhamos para as roupas que a pessoa veste, o cheiro que exala, ouvimos cada palavra que fala, prestamos atenção nos tiques, no sotaque, se é gago ou não, se tem todos os dentes, se é estrangeiro, se parece pobre ou rico, se parece irônico ou tímido. E por aí vai. Se você não faz isso também não saberá se negando a sua atenção - que é o mínimo que a pessoa poderia receber, não importa quem ela seja - e seu dinheiro estaria ajudando ou prejudicando tal pessoa.
No ônibus, numa tarde de terça-feira eu julguei uma mulher. Uma estrangeira, tenho quase certeza de que era Latina, que entrou alegre no ônibus, dando bom dia a todos com simpatia na voz. Vestia roupa simples e limpa e tinha aparência de quem vive de praia. O rosto não era de alguém muito jovem mas tinha felicidade, usava um chapéu na cabeça e levava um cavaquinho nas costas.
Convidou a todos os passageiros a fazerem uma viagem com ela, uma viagem na mente de cada um direcionada por músicas típicas de países da América Latina que seriam reproduzidas por ela. Ela sorria verdadeiramente e observa quem a observava. Pediu a um passageiro que escolhesse o lugar da primeira parada de nossa viagem e este escolheu o Brasil mesmo. Mama África foi a música escolhida pela mulher, cantada simples e lindamente acompanhada do som do cavaquinho bem tocado e cuidado. Ela não parecia se importar de alguém gostar da voz dela ou não, senti que o que era pra ser apreciado era o gesto: ela nos levou alegria em troca de dinheiro. Dinheiro esse que pode comprar a alegria dela ao adquirir algo que ela precise e/ou queria. O que ela fará com o dinheiro também depende da moral dela. Surgem tantas perguntas e discussões ao redor desta situação...mas não entrarei nelas, minha intenção não é escrever uma crônica e sim contar o que presenciei.
Eu e mais outra passageira sugerimos músicas do Peru e da Argentina para serem tocadas e novamente a alegria estava no ar, as pessoas começaram a sorrir e bater palmas. Só que ninguém se sentiu tão a vontade para pedir 'bis', nem eu - infelizmente -, mas a mulher passou seu chapéu e muitas pessoas contribuíram com dinheiro, sorrisos, agradecimentos.
Mesmo depois dela ter ido embora a lembrança ficou, as pessoas ainda comentavam e com certeza contaram a história para amigos e familiares. Eu vim contar aqui, no meu cantinho. Foi mágico e simples e eu dou valor a isso.
Então como saber se estamos ajudando ou prejudicando essas pessoas ao darmos nosso dinheiro a elas? Olhando para elas é claro! Julgando pela aparência e pelo comportamento, e isso não é errado. Não temos como ler mentes para descobrir, portanto precisamos olhar, analisar, julgar e então tomar uma atitude de acordo com a própria moral.
Olhamos para as roupas que a pessoa veste, o cheiro que exala, ouvimos cada palavra que fala, prestamos atenção nos tiques, no sotaque, se é gago ou não, se tem todos os dentes, se é estrangeiro, se parece pobre ou rico, se parece irônico ou tímido. E por aí vai. Se você não faz isso também não saberá se negando a sua atenção - que é o mínimo que a pessoa poderia receber, não importa quem ela seja - e seu dinheiro estaria ajudando ou prejudicando tal pessoa.
No ônibus, numa tarde de terça-feira eu julguei uma mulher. Uma estrangeira, tenho quase certeza de que era Latina, que entrou alegre no ônibus, dando bom dia a todos com simpatia na voz. Vestia roupa simples e limpa e tinha aparência de quem vive de praia. O rosto não era de alguém muito jovem mas tinha felicidade, usava um chapéu na cabeça e levava um cavaquinho nas costas.
Convidou a todos os passageiros a fazerem uma viagem com ela, uma viagem na mente de cada um direcionada por músicas típicas de países da América Latina que seriam reproduzidas por ela. Ela sorria verdadeiramente e observa quem a observava. Pediu a um passageiro que escolhesse o lugar da primeira parada de nossa viagem e este escolheu o Brasil mesmo. Mama África foi a música escolhida pela mulher, cantada simples e lindamente acompanhada do som do cavaquinho bem tocado e cuidado. Ela não parecia se importar de alguém gostar da voz dela ou não, senti que o que era pra ser apreciado era o gesto: ela nos levou alegria em troca de dinheiro. Dinheiro esse que pode comprar a alegria dela ao adquirir algo que ela precise e/ou queria. O que ela fará com o dinheiro também depende da moral dela. Surgem tantas perguntas e discussões ao redor desta situação...mas não entrarei nelas, minha intenção não é escrever uma crônica e sim contar o que presenciei.
Eu e mais outra passageira sugerimos músicas do Peru e da Argentina para serem tocadas e novamente a alegria estava no ar, as pessoas começaram a sorrir e bater palmas. Só que ninguém se sentiu tão a vontade para pedir 'bis', nem eu - infelizmente -, mas a mulher passou seu chapéu e muitas pessoas contribuíram com dinheiro, sorrisos, agradecimentos.
Mesmo depois dela ter ido embora a lembrança ficou, as pessoas ainda comentavam e com certeza contaram a história para amigos e familiares. Eu vim contar aqui, no meu cantinho. Foi mágico e simples e eu dou valor a isso.